Brasília – O governo se mostra disposto a reformular a articulação política do Congresso com o Planalto. O primeiro ensaio dessa reforma segue no sentido de dar mais poder ao ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que, até então, cuidava basicamente de receber e retornar as ligações telefônicas daqueles parlamentares que procuravam pelo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e que este não conseguia atender. Nessa segunda-feira, por exemplo, Luiz Sérgio almoçou com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Foi o primeiro encontro mais reservado entre os dois desde a posse da presidente Dilma Rousseff.
O encontro entre Renan e Luiz Sérgio ocorreu menos de uma semana depois do café da manhã de Luiz Inácio Lula da Silva com os líderes no Senado. Naquela ocasião, um dos problemas apontados pelos líderes foi a falta de autonomia de Luiz Sérgio para atender aos parlamentares. O próprio PT reclamou. Integrantes da tendência Construindo Um Novo Brasil (CNB)— o grupo mais alinhado a José Dirceu e do qual Luiz Sérgio e o líder no Senado, Humberto Costa, fazem parte — consideram que Luiz Sérgio tem perfil para o cargo, mas não consegue exercer o seu papel porque está tudo centralizado nas mãos de Palocci. Luiz Sérgio não foi convidado para aquele café por puro esquecimento. Agora, ao que parece, todos se lembraram dele.