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Estado de Minas

PSD já coleciona políticos com problemas na Justiça


postado em 02/06/2011 07:56 / atualizado em 02/06/2011 08:15

Kassab confirmou a intenção de criar o PSD em abril e deixou o DEM (foto: Nelson Almeida/AFP )
Kassab confirmou a intenção de criar o PSD em abril e deixou o DEM (foto: Nelson Almeida/AFP )
Anunciado com pompa pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), o PSD ainda não terminou os trâmites oficiais de criação de uma legenda, mas já coleciona políticos com histórico de problemas judiciais e infidelidade partidária. Uma análise da bancada — até agora com 34 deputados federais, dois senadores e dois governadores — mostra que alguns chegaram a trocar de partido por sete vezes antes de chegar ao PSD. E pelo menos seis parlamentares entrarão na sigla com a ficha suja por ações ou investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como peculato, falsificação de documentos públicos e improbidade administrativa.

Desde o anúncio formal da criação do PSD, em abril, os políticos que assinaram filiação à legenda permanecem atrelados aos antigos partidos. Hoje, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar, a partir de consulta feita pelo deputado federal Guilherme Campos (DEM-SP), se os recém-filiados podem ostentar a nova sigla, ainda que o partido não tenha finalizado os procedimentos de criação, como o recolhimento de 500 mil assinaturas. A roupagem nova, no entanto, não evitará o passado de problemas judiciais acumulados por parte da nova bancada.

A maioria desses políticos teve problemas à época em que eram deputados estaduais ou atuavam no Executivo estadual. Flagrado pela Operação Dominó da Polícia Federal em 2006, o agora deputado federal Carlos Magno (PP-RO), por exemplo, foi preso, acusado de participar de um esquema que desviou R$ 70 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia. À época candidato a vice-governador, Magno conseguiu a reabilitação política com a eleição para a Câmara, em outubro passado, e anunciou a adesão ao PSD em abril.

Mesmo com a troca de partido, continuará respondendo no STF à ação por peculato (apropriação ou desvio de recursos públicos). Procurado pelo Correio, o deputado alegou, via assessoria, ter sido incluído irregularmente no rol de acusados da Operação Dominó. “Como chefe da Casa Civil, ele mantinha contato com vários desses políticos, mas não há indícios de que ele tenha atuado nas irregularidades”, comentou a assessoria do deputado.

Hoje senador, Sérgio Petecão (PMN-AC) também responde a processos da época em que era um político de expressão estadual. Ele foi acusado do desvio de verbas de custeio de passagens aéreas da Assembleia Legislativa do Acre entre 1996 e 1998. Um inquérito no STF ainda investiga o senador por crimes eleitorais.

O futuro membro do PSD mais enrolado com a Justiça, no entanto, é o deputado Silas Câmara (PSC-AM). O parlamentar responde a ações por falsificação de documento público e crime eleitoral. Ainda há uma acusação de que ele teria se apropriado de salários de funcionários do gabinete.

Na lista de investigados pela Justiça, ainda estão Fábio Faria (PMN-RN), Junji Abe (DEM-SP) e Eliene Lima (PP-MT), licenciado para assumir uma secretaria em Mato Grosso. Procurados pelo Correio, Junji Abe, Silas Câmara e Sérgio Petecão não se pronunciaram. A reportagem não conseguiu contatar Fábio Faria e Eliene Lima.


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