O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de Jader Barbalho para cancelar os efeitos da Lei da Ficha Limpa sobre a candidatura dele ao Senado. No ano passado, Barbalho foi o candidato a senador mais votado no Pará, mas não pode assumir o cargo porque teve o registro negado pelo plenário do STF. O registro de Barbalho foi o único caso de aplicação da Lei da Ficha Limpa pelo plenário do Supremo, tornando-o inelegível por ter renunciado ao mandato para escapar de um processo político de cassação. Meses depois, a própria Corte voltou atrás sobre a aplicação da norma e determinou que a lei não poderia ser aplicada nas eleições de 2010. Barbosa negou o pedido de Barbalho por um motivo técnico. Por isso, o único efeito prático da negativa deve ser o atraso para que o político assuma o cargo. A defesa de Barbalho pedia que o ministro concedesse um juízo de retratação para inverter a decisão do plenário que negou o registro da candidatura dele. Barbosa, no entanto, afirmou que o pedido dos advogados não se aplica, pois ainda não foi publicado o acórdão de decisão do STF que invalidou a Lei da Ficha Limpa. ''Antes da publicação desse acórdão, o ora recorrente pretende que o relator, monocraticamente, exerça um juízo de retratação e reforme a decisão proferida pelo colegiado maior do Tribunal'', afirmou o ministro. Barbosa lembrou que ''não existe previsão legal para juízo de retratação, pelo relator, de decisão proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal''. Jader Barbalho terá que esperar a publicação do acórdão que derrubou a Lei da Ficha Limpa para as eleições do ano passado para entrar com novo recurso. Segundo Barbosa, o próprio colegiado precisa ser chamado ''para reapreciar a questão e decidir como entender de direito''.