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Estado de Minas ASSASSINATOS DE EXTRATIVISTAS NO PARÁ

Falta de punição para violência no campo é preocupação do Planalto


postado em 03/06/2011 08:16 / atualizado em 03/06/2011 08:27

No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff se reuniu com ministros e governadores para debater a violência no campo, outro trabalhador rural foi morto — e novamente no Pará, onde três pessoas foram assassinadas na semana passada. O lavrador Marcos Gomes da Silva, 33 anos, foi executado, nessa quinta-feira, em Eldorado dos Carajás, no sudeste do estado. No encontro dessa quinta, as autoridades anunciaram o lançamento de um plano de combate à impunidade e que vão colocar as Forças Armadas à disposição dos estados.

Segundo a Polícia Civil, Marcos aparentemente não tinha vínculo com nenhum movimento social da região. Ele foi atingido por disparos feitos por dois homens. Ferido, Marcos foi socorrido pelo vizinho Dejesus Martins Araújo, que o transportava para o hospital de Eldorado dos Carajás quando o atiradores voltaram, o tiraram do carro e fizeram novos disparos. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) enviou representantes ao local do assassinato.

A falta de punição parece ser a maior preocupação do Palácio do Planalto, conforme ficou demonstrado na reunião dessa quinta de Dilma com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Defesa, Nelson Jobim; e dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. Os três vão visitar o Pará, Amazonas e Rondônia nesta semana, acompanhados de representantes dos Conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público, para discutirem a impunidade nesses estados. “Temos que ter inquéritos rápidos e ações judiciais rápidas para punir quem praticou atos ilícitos”, observou Cardozo. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, também esteve na reunião.

Cardozo disse ainda que as polícias Federal e Rodoviária Federal, a Força Nacional de Segurança Pública e as Forças Armadas poderão agir na região. “Elas (as corporações) entrarão a partir de solicitação dos governadores com objetivo claro de possibilitar não só que não corram novos homicídios, mas também para fazer a apuração imediata daquilo que está registrado”, disse. “Há uma avaliação comum da gravidade da situação que se caracteriza pela ocorrência de homicídios na Região Norte do país e da necessidade de se tomar medidas imediatas, com ampla integração entre governos estaduais e federal.”

O assassinato de Marcos Gomes ocorreu 10 dias depois da morte de José Cláudio Ribeiro da Silva e de sua mulher, Maria do Espírito Santo. O agricultor Eremilton Pereira dos Santos foi assassinado no último dia 27. Todos eles foram executados em assentamentos próximos a Nova Ipixuna, também no sudeste paraense. No último sábado, Adelino Ramos, o Dinho, líder agrário de Ponta do Abunã, em Rondônia, também foi executado à tiros.

A organização humanitária Anistia Internacional (AI) cobrou do governo brasileiro um fim nas matanças de ativistas ambientais. Em comunicado divulgado antes da morte de Marcos Gomes, a instituição pedia que o país atuasse mais firmemente contra os criminosos.


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