O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), disse na tarde desta terça-feira que a saída do ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, era previsível. "Eu acho que na medida em que ele não esclareceu isso no primeiro momento, ele não tinha outra saída", afirmou, referindo-se às denúncias sobre a multiplicação do patrimônio de Palocci nos últimos anos. "É uma forma de demonstração de que o País está vivo", acrescentou. Segundo Guerra, o PSDB deve continuar a pedir esclarecimentos sobre as denúncias contra Palocci. "É a notícia que deveria acontecer". O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) avaliou como a "decisão mais sensata" a saída de Palocci do cargo. "Os fatos revelados pelas reportagens (da imprensa), a fragilidade da defesa, o longo silêncio, tudo isso minou a autoridade política dele no cargo", afirmou o senador. "Foi a decisão mais correta", acrescentou.
Mesmo com a saída de Palocci, Nunes Ferreira defendeu a apuração das denúncias sobre a evolução patrimonial do agora ex-ministro. "Eu acho que é preciso, sim, apurar exatamente o que aconteceu", disse. O deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, comentou, em nota, que a saída de Palocci facilita a investigação sobre o seu "enriquecimento súbito". "Não haverá mais blindagem do governo Dilma na Câmara para convocação, por exemplo. O foro privilegiado acaba e a sociedade não fica refém da decisão do procurador-geral, que foi omisso e se negou a investigar o ministro", afirmou, referindo-se à decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar representações de partidos de oposição que pediam a abertura de investigações contra Palocci. Para Freire, a investigação das denúncias contra Palocci será acelerada. "Ele vira um cidadão comum sem a proteção do governo", analisou. Segundo o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), o pedido de demissão do ministro da Casa Civil "foi bom para o Brasil, para o governo e para o ministro". "O processo político conduziu a este desfecho", disse, em nota. O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), disse que a queda do ministro está alinhada com o que o PSDB entendia como saída para a crise no governo. De acordo com ele, a situação de Palocci ficou "insustentável" após sua tentativa de dar explicações para as denúncias de multiplicação do seu patrimônio nos últimos anos, em entrevista na última sexta-feira ao Jornal Nacional, da TV Globo. "A corrosão da crise Palocci atingiu todo o governo. Uma hemorragia que não foi estancada em nenhum momento", afirmou o líder tucano. "Da nossa parte, (a queda) era esperada", completou.