Antonio Palocci Filho, 50 anos, médico por profissão, político de carreira, filiado ao PT desde a fundação, trotskista da Convergência Socialista nos idos de 1980, por duas vezes ocupou cargo de ministro que lhe conferiu poder na República, primeiro foi ministro da Fazenda no governo Lula, depois da Casa Civil no governo Dilma. Nas duas ocasiões, um mesmo desfecho: perdeu a cadeira e o prestígio, alvo de escândalos e investigações da polícia, do Ministério Público e do Congresso.
O mais novo capítulo, que ontem culminou com sua queda da Casa Civil, revela um Palocci perspicaz para negócios: multiplicou em 20 seu patrimônio nos últimos quatro anos, etapa em que dava expediente na Câmara, como deputado, e no comando da Projeto, a bem-sucedida empresa de consultorias.
Histórico
No plano criminal, o ex-ministro está com o caminho livre, inocentado que foi pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No episódio da violação dos dados do caseiro, a Procuradoria-Geral da República o denunciou formalmente em fevereiro de 2008, mas o Supremo rejeitou a abertura de ação penal.
O STF também arquivou, acolhendo requerimento da Procuradoria, inquérito que apontava Palocci como suposto beneficiário de parcelas mensais de R$ 50 mil, doações de empreiteira contratada pelo petista na gestão de Ribeirão Preto para coleta de lixo e varrição pública. As medições da perícia policial mostraram o descompasso entre áreas de grande extensão percorridas por reduzido efetivo de garis.
Palocci ainda é réu por ato de improbidade. Estão em curso ações na Justiça de Ribeirão Preto, uma delas por causa daquela compra de cestas básicas com latas de molho de tomate com ervilha. O Ministério Público Estadual pede a suspensão dos direitos políticos por até 8 anos, pagamento de multa, ressarcimento de lesão ao erário em R$ 2 milhões e outras.