Depois de enfrentar três semanas de desgaste e ouvir críticas de imobilismo e falta de habilidade política, a presidente Dilma Rousseff aproveitou a despedida de Antonio Palocci da Casa Civil ontem - até então o homem forte do governo, da cota do ex-presidente Lula - para tentar demonstrar reação e retomada do controle do governo. Enfatizou, ainda, que coube a ela própria encontrar a saída para a crise. “Jamais vamos ficar imobilizados diante de embates políticos, pois sabemos travar o embate e, ao mesmo tempo, governar”, disse a presidente.
Ao contrário de quase todos os pronunciamentos anteriores no Planalto, a presidente não citou Lula. No momento em que a demissão de Palocci é vista como verdadeiro início da gestão Dilma por setores políticos, a falta de referência ao antecessor foi observada por assessores de governo. Em alguns dos 58 discursos feitos no Palácio e durante viagens, ela chegou a citar o ex-presidente três vezes.
Sucessora de Palocci, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) enfatizou a importância da articulação política no governo, apesar de ter sido designada para controlar o aspecto gerencial do governo. “A política dá sentido à técnica, e esta qualifica a política”, disse no discurso de posse.