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Estado de Minas

Itália convoca embaixador no Brasil depois da libertação de Battisti


postado em 10/06/2011 07:27 / atualizado em 10/06/2011 07:33

Gherardo La Francesca deverá ir a Roma para consultas temporárias (foto: Governo da Itália )
Gherardo La Francesca deverá ir a Roma para consultas temporárias (foto: Governo da Itália )
A Itália convocou para consultas seu embaixador no Brasil depois da decisão da justiça brasileira de libertar o ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti, cuja extradição Roma pede por quatro supostos assassinatos e cumplicidade em assassinato, anunciou nesta sexta-feira a chancelaria italiana.

O ministro italiano das Relações Exteriores decidiu convocar para consultas temporárias em Roma seu embaixador em Brasília, Gherardo La Francesca, informou o ministério.

Esta medida foi tomada para "aprofundar, conjuntamente com as autoridades competentes, os aspectos técnicos e jurídicos relacionados com a aplicação de acordos bilaterais existentes, visando a iniciativas e recursos ante as instâncias judiciais internacionais", acrescentou.

A Itália manifestou nesta quinta-feira indignação e revolta com a decisão do Brasil e anunciou que apresentará um recurso à Corte Internacional de Justiça de Haia.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, expressou "grande desgosto" com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da libertação de Battisti.

"Não se leva em consideração a expectativa legítima de que se faça justiça, em particular para as famílias das vítimas de Battisti", lamentou Berlusconi em um comunicado oficial.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, também condenou a decisão do Brasil e anunciou que apoiará qualquer recurso de Roma para tentar reverter a situação.

A decisão do STF "prejudica gravemente" os acordos assinados entre Itália e Brasil, afirmou Napolitano em um comunicado.

A Itália exigia a extradição de Battisti para que cumprisse a condenação à prisão perpétua no país, por suposta participação em quatro assassinatos cometidos na década de 70, nos chamados "anos de chumbo", quando era integrante de um grupo armado de ultraesquerda.

O 'caso Battisti' se arrastava nos tribunais brasileiros desde que o italiano foi detido no Rio de Janeiro em março de 2007.


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