Sem querer arbitrar a crise instalada no PT da Câmara, a presidente chancelou a manutenção de Vaccarezza no posto de líder do governo na Casa. Assim que assumiu o cargo, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, correu para anunciar a permanência do político paulista. Embora tenha sido mantido, a habilidade do líder em dirimir problemas que se arrastam desde a eleição é considerada ponto vital para o equilíbrio de forças na base aliada. A avaliação é de que a votação do Código Florestal demonstrou que o PMDB já está anos-luz à frente do PT no quesito articulação.
Movimentação A divisão interna petista também foi preponderante para a queda de Antonio Palocci da Casa Civil e a fritura de Luiz Sérgio nas Relações Institucionais. "Ele (Vaccarezza) errou na mão. Tocou uma articulação desastrada. Tinha um cara ligado a ele no ministério (Luiz Sérgio). O correto seria fortalecer o cara, não operar contra abertamente. Fomos mais respeitosos do que ele", diz um petista de corrente adversária de Vaccarezza na Câmara. De acordo com o grupo, o líder do governo expôs demasiadamente a bancada ao se movimentar à luz do dia em busca de apoio para assumir a SRI – embora a parcela rival do PT tenha adotado o mesmo expediente.
A articulação tocada por Vaccarezza incluiu encontro com lideranças do PMDB do Senado, como Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP). "Ele não foi buscar apoio, mas receber. O fato é que ele é um bom líder e qualquer mudança agora seria ruim. A hora é de estabilizar as coisas", opina o deputado federal André Vargas (PT-PR). De acordo com o parlamentar, a movimentação de Vaccarezza só ocorreu depois que o próprio Sérgio havia sinalizado a demissão. "A insatisfação com o trabalho do Sérgio não vinha do PT, mas da base e do próprio modelo de articulação, muito concentrado no Palocci, e que se mostrou frágil", aponta.