O Senado retirou do Portal da Transparência informações detalhadas sobre passagens áreas usadas por senadores e assessores. Os parlamentares indicavam dados referentes a destino, companhia aérea, data e nome do passageiro. Agora, constam só o valor das passagens, o número da fatura e a empresa responsável pela compra, a Sphaera Turismo e Representações.
Sob a alegação de dar mais transparência e reduzir custos, o primeiro-secretário do Senado, Cícero Lucena (PSDB-PB), anunciou em maio que a Casa iria instituir o “cotão” para a emissão de passagens aéreas, seguindo o exemplo da Câmara. Alguns senadores reclamavam dos preços praticados pela empresa para compra dos bilhetes, que seriam superiores aos informados pelas empresas aéreas no mercado. A responsabilidade pela emissão passa agora a ser do próprio gabinete.
Na prática, a verba indenizatória, no valor de R$ 15 mil mensais, está sendo incorporada à cota de passagem, entre R$ 6 mil e R$ 23 mil. O valor do benefício é calculado por bancada, levando em conta a diferença do preço das passagens de estados mais distantes e mais próximos de Brasília.
Com a medida, os senadores ganharão de R$ 21 mil a R$ 38 mil de cotão e serão responsáveis por gerenciar os bilhetes. Caso não utilizem toda a verba, os parlamentares poderão acumular o benefício como uma espécie de crédito e serão autorizados a utilizar as sobras no aluguel de jatinhos ou abastecimento de aviões particulares.
De acordo com a assessoria de imprensa do Senado, as informações foram retiradas temporariamente do ar para ajuste técnico. Os dados, segundo a Casa, estão sendo adaptados pelas assessorias dos senadores e pela área técnica para atender a implementação do “cotão”. As regras para emissão de passagens continuam as mesmas e não poderão ser feitas em nome de outras pessoas. Não há previsão, no entanto, para a publicação das informações.