O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse nesta segunda-feira, em Fortaleza, que irá à Câmara dos Deputados caso seja convocado para prestar esclarecimentos sobre o "dossiê dos aloprados", elaborado contra José Serra (PSDB), em 2006. O ministro rebateu a reportagem da revista Veja, desta semana, que aponta Mercadante como um dos mentores do plano.
"Nós tivemos há cinco anos uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) onde todas pessoas envolvidas foram ouvidas. Nós tivemos depois uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eu nunca fui citado em nenhum desses dois momentos", afirmou o ministro, destacando que "nós tivemos um parecer do procurador-geral da República, dizendo que eu não tinha qualquer indício de participação nesse episódio". O ministro disse ainda que "depois teve uma votação unânime do Supremo (Supremo Tribunal Federal) que me absolveu nesta mesma direção". "Se as pessoas quiserem voltar a investigar este assunto, eu estou totalmente de acordo." "Estou disposto a participar de qualquer foro, em qualquer momento, em qualquer lugar, para discutir isso ou qualquer tema da vida pública", completou Mercadante. O ministro afirmou também não temer nova investigação, se ocorrer. Para ele, o tema que volta agora à tona é matéria vencida. O ministro seria citado em uma gravação em poder de Veja. Nela, o atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Expedito Veloso, afirmaria a colegas do PT que o plano do dossiê foi feito com "o conhecimento e a autorização" de Mercadante, "encarregado de arrecadar parte do dinheiro em São Paulo". À época do dossiê, Serra disputava com Mercadante o cargo de governador de São Paulo.