Depois da briga pelo Ministério de Relações Institucionais, PT e PMDB travam nos bastidores uma disputa pela liderança do governo no Congresso. Os petistas já fizeram chegar ao Palácio do Planalto que não seria de bom tom o PMDB ficar com os dois cargos de líder — o do Senado, hoje nas mãos de Romero Jucá (PMDB-RR), e ainda a titularidade da liderança no Congresso. Os peemedebistas indicaram para o cargo o senador Eduardo Braga, ex-governador do Amazonas, que tem boa relação com a presidente Dilma Rousseff. Se Dilma decidir nomeá-lo, o PT deflagrará uma operação a fim de pressionar pela substituição de Jucá, que, inclusive, foi alvo de uma saraivada de denúncias publicadas em revistas semanais.
Divisão
Enquanto o PT se fechou em torno do nome do senador baiano — ontem os deputados petistas diziam que o cargo ficaria com o Senado —, o PMDB se dividia no Congresso. Os deputados do partido passaram os últimos meses convictos de que o líder seria o deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS). Agora, entretanto, a caneta da presidente Dilma tende a pender em favor de um senador, e a Câmara, mais uma vez, verá um dos seus seguir na fila de espera por outra oportunidade.
A expectativa dos senadores do PMDB era a de que a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, daria essa resposta a eles ainda ontem. E deixaria os dois cargos para o PMDB. Afinal, há uma série de projetos importantes e polêmicos para entrar em pauta, caso do Código Florestal. Portanto, avaliam alguns, quanto mais o PMDB estiver comprometido com o governo, melhor.