(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ELEIÇÕES 2012

Apoio da base de Anastasia será decisivo para sucessão municipal em Montes Claros


postado em 25/06/2011 07:32 / atualizado em 25/06/2011 11:13

Jairo Ataíde (DEM), ex-prefeito e deputado federal:
Jairo Ataíde (DEM), ex-prefeito e deputado federal: " O pré-candidato não pode deixar de ouvir as lideranças e de contar com o apoio do governo do estado" (foto: Luiz Alves/Agência Câmara - 4/2/11)
A pouco mais de um ano das eleições municipais, já é intensa a movimentação para a sucessão em Montes Claros, cidade-polo do Norte de Minas, com 362 mil habitantes e um dos maiores colégios eleitorais do estado. O peso do Palácio da Liberdade poderá ser decisivo na cidade, já que dois dos nomes lembrados para a disputa são integrantes da base do governador Antonio Anastasia e afirmam que a entrada deles na corrida sucessória para a prefeitura depende do apoio do governo do estado: o ex-prefeito e deputado federal Jairo Ataíde (DEM) e o secretário do Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira (PP). O atual prefeito, Luiz Tadeu Leite (PMDB), deverá concorrer à reeleição.

Também correm por fora, como pré-candidatos, o ex-prefeito Athos Avelino (PPS), o ex-deputado estadual Ruy Muniz (DEM), o deputado estadual Paulo Guedes (PT), a professora Leda Clementino (PT), o ex-deputado federal Humberto Souto (PPS) e o empresário do setor de transportes Antônio Henrique Sapori (PV).

O deputado federal Jairo Ataíde – que já administrou a cidade por dois mandatos (de 1997 a 2004) – não confirma nem desmente que vai ser candidato novamente, embora alguns dos seus aliados divulguem que ele vai entrar no páreo. “Sinceramente, não está no momento de tomar essa decisão. A construção de uma candidatura passa por uma avaliação popular. Mas o pré-candidato não pode deixar de ouvir as lideranças e de contar com o apoio do governo do estado, principalmente no momento em que a cidade está passando por uma situação complicada”, diz Ataíde, que era adversário e apoiou o atual prefeito no segundo turno da eleição de 2008.

Ainda jogando a bola nas mãos do chefe do Executivo estadual, Ataíde disse: “Ao próximo prefeito caberá fazer uma parceria com o governo do estado, para que a cidade tenha oportunidade de se desenvolver melhor. A aproximação com o Palácio da Liberdade facilita muito uma candidatura de qualquer pessoa”. Também integrante do DEM, Ruy Muniz disse que não descarta disputar a sucessão municipal, mas afirmou que, “no momento”, a preferência do partido é pela candidatura de Ataíde. “Só serei candidato caso o Jairo, por motivo de foro íntimo, não possa concorrer”, afirma.

O secretário Gil Pereira alega que, atualmente, sua missão é contribuir com os projetos da administração estadual. “A eleição municipal vem depois.” Declara, no entanto, que é pré-candidato a prefeito. Por outro lado, diz que tudo vai depender do governador Anastasia. “Acredito que vai chegar uma hora em que o governador vai chamar os integrantes de sua base de apoio para conversar sobre a sucessão em Montes Claros e em outros municípios onde tem interesse. Nós vamos seguir a determinação do governador”, afirma Pereira, marido da vice-prefeita, Cristina Pereira (PP), que está rompida com Tadeu Leite desde a eleição do ano passado. Gil já disputou a prefeitura duas vezes, sem sucesso: 2000 e 2004. Na segunda vez em que concorreu, contou com apoio explícito do governo estadual.

Bateria carregada para a reeleição

“Está muito cedo para falar disso. Ainda temos muito tempo pela frente e não temos como prever o que vai acontecer até a eleição”, argumenta o prefeito Tadeu Leite, ao se esquivar de responder se vai disputar novo mandato. No entanto, recentemente, em reunião fechada com peemedebistas locais, ele anunciou que “deverá” ser candidato à reeleição e pediu ao seu grupo para carregar as baterias. Em encontro regional do PMDB, com a presença da cúpula estadual do partido, vários oradores anunciaram que o atual prefeito vai disputar novo mandato.

O peemedebista está no terceiro mandato à frente da prefeitura e na atual gestão, desde que assumiu, enfrentou várias dificuldades, incluindo a falta de obras. Em janeiro, além de crise na saúde, dispensou cerca de 3 mil pessoas da prefeitura, cujos contratos não foram renovados por causa da nomeação dos aprovados em concurso público. Em março, surgiu na cidade um movimento difundido nas redes sociais na internet, denominado “Fora Tadeu”. O prefeito atribuiu o movimento aos seus adversários, que, segundo ele, “anteciparam a campanha da sucessão municipal”.

O prefeito diz que, agora “está conseguindo pôr a casa em ordem”. Para executar obras, confia no financiamento de R$ 25 milhões para pavimentação de ruas e serviços de urbanização, do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), cuja captação foi autorizada pelos vereadores. A viabilização do pacote de obras é essencial para que ele possa enfrentar as urnas no próximo ano. Em 2010, Tadeu Leite apoiou a candidatura de Hélio Costa (PMDB) para governador. Em reunião do PMDB, dia 19, ele reclamou de “discriminação” da administração estadual, comandada pelo PSDB, com o município. Questionado sobre o que espera do governo estadual na campanha em 2012, ele respondeu: “O que espero é que não haja uma separação. Não somos contra o governo do estado, pois apoiamos deputados que também estão na base do governador. Não acredito que ele vai ter candidato contra a prefeitura e, sim, deixar que o povo decida”.

Tadeu Leite já é escaldado na questão. No segundo mandato na prefeitura, em 1996, apoiou a candidatura do então vice-prefeito Athos Avelino, atualmente, seu adversário ferrenho. Como aval do então governador, Eduardo Azeredo (PSDB), a oposição se uniu em torno da candidatura de Jairo Ataíde, que venceu a eleição, interrompendo um ciclo de 14 anos de mando do PMDB na prefeitura.

Clamor popular a cada esquina

Também incluído na bolsa de apostas para a disputa da sucessão em Montes Claros, o ex-prefeito Athos Avelino (PPS) ressalta que falta mais de um ano para as convenções partidárias. Ele diz que está analisando a conjuntura. “Ninguém é candidato de si próprio”, afirma. Em 2008, à frente da prefeitura, Avelino concorreu à reeleição e perdeu a parada no segundo turno, por uma pequena diferença, para o atual prefeito.

Em 2010, foi candidato a deputado estadual, mas, condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por denúncia de crime eleitoral na campanha de 2008, teve a candidatura impugnada pela Lei da Ficha Limpa. Ele recorreu e manteve a candidatura, conquistando 21.215 votos, que não foram computados. “Em cada esquina ouço um pedido para que eu seja candidato. Se permanecer esse clamor popular, vamos colocar o nosso nome à disposição do partido para a disputa.”

O deputado Paulo Guedes é anunciado como o nome do PT para disputar a prefeitura de Montes Claros. “Teremos candidato próprio e Paulo Guedes é o nosso nome de consenso”, assegura o presidente do diretório municipal do partido, José Helber Sarmento, que não citou o nome da professora Leda Clementino, defendido por uma ala da legenda.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)