O velório do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza foi aberto ao público às 10h deste domingo no Salão Principal da Assembleia Legislativa de São Paulo, por onde já passaram políticos do PSDB e do PT até o início da tarde. O enterro está previsto para amanhã, às 10h, no Cemitério do Morumbi. Paulo Renato tinha 65 anos e morreu no fim da noite deste sábado, vítima de enfarte fulminante. Ele passava o feriado prolongado de Corpus Christi ao lado de familiares em um hotel de São Roque interior paulista, quando começou a se sentir mal.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve no velório e destacou que Paulo Renato dedicou sua vida política à melhoria da educação no Brasil. "Reitor, secretário e ministro, homem que universalizou, com políticas públicas sérias, como o
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT) disse que tinha uma amizade muito grande com o ex-ministro, apesar de atuarem em campos políticos opostos, destacando que respeitava as ideias do Paulo Renato. "Fui, durante muitos anos, deputado junto com o Paulo. Sempre o considerei um adversário, nunca um inimigo. Era um adversário que discutia ideias com coerência e vigor, mas uma pessoa que tinha a causa pública como a dimensão maior de sua vida."
Tucanos lamentam perda
Entre os tucanos que já estiveram no velório de Paulo Renato estão o secretário de Energia do governo paulista, José Aníbal, o secretário de Gestão, Júlio Semeghini, e o secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, além do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) e do presidente do Conselho Estadual de Educação, Hubert Alquéres. Em sua página no microblog Twitter, Alquéres escreveu que o País perdeu um homem de grande espírito público. "Paulo Renato Souza também era leal, correto e dono de um caráter admirável. Grande perda para o Brasil", lamentou.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra são aguardados no velório ainda neste domingo, sem horário definido. Em sua página no Twitter, Serra escreveu hoje que "foi-se Paulo Renato, meu querido amigo, um dos maiores homens públicos do Brasil. Foi um grande secretário e um grande ministro da Educação".
Economista, Paulo Renato foi ministro da Educação durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2002. Dentre as suas maiores realizações à frente do ministério da Educação estão o ENEM e o SAEB. Também ocupou outros cargos públicos e executivos no Brasil e no exterior, incluindo o de gerente de Operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, o de secretário da Educação do Estado de São Paulo, entre 1984 e 1986, no governo Franco Montoro, e o de reitor da Universidade Estadual de Campinas, entre 1987 e 1991, durante o governo de Orestes Quércia.
Governador do Rio
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), lamentou, em nota, a morte do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza. "Era uma pessoa muito querida e admirada por todos que tiveram o privilégio de conviver com ele. Um dos mais importantes políticos do Brasil, Paulo Renato era um homem comprometido com o desenvolvimento da educação brasileira", disse o governador.
Cabral lembrou que, como ministro da Educação do governo Fernando Henrique Cardoso, Paulo Renato "comandou a criação do Exame Nacional de Ensino Médio, o Enem, responsável por uma verdadeira revolução na educação do País". "A sua trajetória política é admirável e motivo de orgulho para o Brasil", concluiu o governador.