Dinheiro desviado do Tesouro de Taubaté (SP) cobriu despesas de campanha eleitoral do prefeito Roberto Peixoto (PMDB), revela o Ministério Público Estadual. Em ação civil, na qual imputa improbidade ao peemedebista e prejuízo superior a R$ 7 milhões ao erário na contratação sem licitação de empresas para gerenciamento e distribuição de medicamentos para a rede pública a promotoria sustenta que “parte dos recursos desviados dos cofres públicos de Taubaté serviu para custear os gastos da campanha eleitoral do prefeito”.
O prefeito e a mulher, Luciana, foram presos e indiciados pela PF por corrupção, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e quadrilha. Também foi detido o contador Carlos Anderson, ex-chefe do departamento de compras da prefeitura. A PF aponta “absurdos cometidos pelo Executivo municipal”.
Após quatro dias na Custódia da PF, de onde saiu na noite de sexta-feira, Peixoto planeja retornar hoje ao cargo. A oposição marcou manifestação no centro por sua renúncia. Ele afasta essa possibilidade. “Claro que nós vamos continuar”, disse, à porta da PF. “Existe conspiração política. Não fiz nada de errado, não existe nada que comprove. Tenho projetos a serem realizados.”
“É necessário muito mais que presunção para se manter uma pessoa na prisão”, adverte o criminalista Alfredo Rodrigues, advogado do prefeito. “Medida excepcional, como prisão, exige prova concreta. É inquestionável que não existe uma única prova contra o dr. Peixoto. Estamos à disposição da PF, para qualquer ato policial.”
O advogado Erich Castilhos, também defensor de Peixoto, foi taxativo. “O prefeito está muito tranquilo, não há nenhum desmando, nenhum ato ilícito praticado. Todas as diligências não produziram nenhuma evidência contra o prefeito.”