O diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni, afirmou nesta terça-feira que continua a onda de ataques contra sites do governo federal, iniciada na madrugada da última quarta-feira. Mazoni garante, porém, que não houve qualquer invasão ao banco de dados de sites administrados pelo Serpro.
Desde então, os ataques de hackers não pararam mais. "Os ataques não pararam até o presente momento". Apesar do estado de atenção Mazoni garante que em nenhum dos sites hospedados pelo Serpro houve invasão ao banco de dados. Ele afirma que informações divulgadas por redes sociais são públicas e estão disponíveis na internet. "Essas informações divulgadas são abertas e não comprovam invasão. O sucesso foi zero no ataque aos sites do Serpro".
A empresa pública administra os principais sites do governo, como o da Presidência da República e de órgãos dos ministérios da Fazenda e Planejamento. Mazoni esclarece que os sites da Petrobras e do IBGE, também vítimas de ataques, não são administrados pelo Serpro.
De acordo com o diretor-presidente, os ataques se concentram apenas em criar excesso de demandas nas redes na tentativa de derrubar os sites. "O objetivo é fazer cair o site, não roubar dados". O único ataque diferente aconteceu no site da Presidência e visava "pichar" o local. Não houve sucesso, porém.
O diretor-presidente afirmou que o Serpro já estava trabalhando em um modelo mais avançado de segurança que permitirá identificar os autores deste tipo de ataques no futuro. Este sistema deverá começar a funcionar em alguns sites do governo ainda neste ano e até 2013 todos as páginas administrados pela empresa deverão ter essa proteção.
Mazoni destacou que a equipe de trabalho de segurança do Serpro está fazendo horas extras desde a semana passada para conseguir conter os ataques. "Nosso efetivo em cada turno dobrou". Ele afirmou que a ação tem provocado prejuízos aos cofres públicos e por isso, deve ser entendida como criminosa. "Sem dúvida nenhuma temos uma situação de crime, porque se imputou prejuízo ao Estado". Ele destacou que ao todo são mais de 200 sites atacados, ao se levar em conta sites de executivos municipais.
O diretor-presidente do Serpro comentou ainda a declaração do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, de que gostaria de trabalhar com hackers. Mazoni afirmou que o Serpro participa de comunidades com hackers, mas ressaltou que não se pode confundir a ação de quem é especialista e deseja ajudar o governo com a de criminosos que têm trabalhado para atacar sites públicos.