Ao ver a oportunidade de se livrar deles, não teve dúvidas: Dilma mandou afastá-los ainda no fim de semana, um termo mais suave do que demissão, mas com a mesma eficácia. Nessa segunda-feira, na reunião da bancada do PR, parlamentares diziam que Pagot e Neves pediram licença até as investigações serem concluídas.
Na sexta-feira à noite, ao tomar conhecimento do teor de reportagem da revista Veja que apontava irregularidades e superfaturamento nos órgãos dos Transportes, Dilma determinou a Nascimento que afastasse os dois e, por tabela, outros dois subalternos citados pela publicação - o chefe de gabinete Mauro Barbosa da Silva e o assessor especial Luís Tito Bonvini. Segundo a bancada do PR, ambos pediram demissão.
Ao contrário do que supunham integrantes do próprio governo, Dilma preferiu não só preservar Nascimento, mas torná-lo responsável pela condução das investigações nos Transportes. A decisão ocorreu depois de ela ter conversado por pelo menos três vezes com o ministro no fim de semana. Nascimento foi escolhido por Dilma, apesar da pressão do PMDB para que não o nomeasse, uma vez que é adversário do senador Eduardo Braga nas disputas políticas no Amazonas.