Brasília - Os líderes do PSDB, Duarte Nogueira (SP), e do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), protocolam nesta terça-feira representações na Procuradoria-Geral da República da República (PGR) pedindo investigação das denúncias de irregularidades no Ministério dos Transportes. O PPS pede que seja investigado o ministro Alfredo Nascimento, mas o PSDB quer que as investigações alcancem toda a cúpula do Ministério dos Transportes, além da atuação do ministro Jorge Hage, chefe da Controladoria-Geral da União (CGU).
Reportagem publicada na Revista Veja desta semana diz que há indícios de cobrança de propina de 4% a 5% para o fechamento de contratos com consultorias e empreiteiras na pasta dos Transportes. De acordo com a revista, o dinheiro era encaminhado à cúpula do PR, partido do ministro Alfredo Nascimento, e repassado a parlamentares.
Em uma das representações, a liderança do PSDB na Câmara argumenta que o afastamento de alguns envolvidos “não tem o condão de encerrar o caso, nem é suficiente para solucionar ou esclarecer os fatos”. Para o partido, a medida confirma a gravidade das denúncias e a presença de fortes indícios da prática de atos ilícitos, o que justifica a intervenção do Ministério Público Federal.
Na representação contra Hage, o PSDB levanta a possibilidade de prevaricação por parte do ministro da CGU, que não teria cumprido a função de fiscalizar e controlar as ações do Ministério dos Transportes .
A representação do PPS pede investigação de Alfredo Nascimento alegando que um possível envolvimento do ministro no esquema é plausível, por ser o ministro a principal liderança do PR, "com grande influência sobre os dirigentes e parlamentares daquela agremiação”. Alfredo Nascimento é o presidente do PR.
Mais cedo, uma representação conjunta das lideranças do PSDB e do DEM no Senado, além do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), também pediu a investigação das denúncias pela Procuradoria-Geral da República.