Apesar do artifício utilizado pelo diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, de entrar em férias para evitar seu afastamento do cargo, já foi decidido pela presidente Dilma Rousseff que ele está definitivamente fora do órgão e sairá tão logo chegue a data de retornar ao trabalho.
No final de semana, Dilma decidiu afastar os quatro nomes envolvidos na crise que ronda o Ministério dos Transportes, comandando por Alfredo Nascimento, do PR, e órgãos vinculados. A Casa Civil começou a estudar a melhor solução jurídica para a saída de Pagot e do presidente da Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (Valec), José Francisco das Neves.
Nesse ínterim, Pagot decidiu entrar em férias. A crise, gerada após denúncias de irregularidades e superfaturamento nos órgãos dos Transportes feitas pela revista Veja, envolveu também o chefe de gabinete de Nascimento, Mauro Barbosa da Silva; e o assessor especial Luís Tito Bonvini, que, segundo a bancada do PR, já pediram demissão.
O Planalto avalia que Pagot criou um fato político ao sair em férias para driblar a saída do cargo. Ele, inclusive, esteve ontem e hoje no DNIT, criando uma situação de enfrentamento. Pagot anunciou que estaria disposto a ir ao Congresso para depor sobre o caso, em uma ameaça ao governo. Para o Planalto, porém, já está consolidado que Pagot não volta ao Dnit e também que governo não fará nada para enfrentar o PR.