O principal cotado para assumir a pasta, o senador Blairo Maggi (PR-MT), rejeitou o convite. Quando foi sondado pelo secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, ele já havia dado a entender que seria difícil aceitar. Maggi tem vários negócios com o governo federal, como uma parceria com a Marinha Mercante para o transporte de soja na Amazônia e empréstimos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No ministério, Blairo teria que abrir mão do comando das empresas pelo período em que estivesse no governo e passaria a ser uma vidraça maior para os ataques da oposição.
O PR espera que Dilma opte por um quadro político, e não um técnico como Passos – para pacificar uma legenda que está em ebulição desde a eclosão da crise. Em relação a Borges e Castro, pesam prós e contras. O ex-senador baiano é visto como administrador competente, mas egresso de quadros ligados a Antonio Carlos Magalhães. Pior: ameaçou romper com o governo na campanha do ano passado por achar que não estava tendo apoio para ser candidato ao Senado.
Castro chegou a ser cogitado para o cargo no início do ano. O deputado já fala como um dos favoritos ao posto. Segundo ele, a missão de chefiar os Transportes vai exigir dedicação exclusiva e muito empenho para afastar o ministério da crise que o assombra. “Uma coisa é a pessoa virar ministro no início do governo. Outra, completamente diferente, é assumir no meio da crise. A missão de fechar esse buraco é muito delicada”, diz.
Para sobreviver aos ataques e à fiscalização constante dos órgãos de controle e da imprensa, Luciano Castro tem a receita, caso seja o indicado. “O jeito será analisar cuidadosamente cada decisão e cada obra. Isso tudo, claro, contando também com a imprensa para ajudar a saber onde tem rolo e onde não tem. Para qualquer um que assuma o posto, será difícil livrar a pasta da crise. Terá de ser um trabalho de dedicação intensa”, opina. (Colaborou Izabelle Torres)