"O Pagot cumpriu suas responsabilidades. De nossa parte não há nenhum tipo de preocupação", disse Ideli, após ser questionada se o governo estava com medo das declarações do diretor-geral. A ministra afirmou também que discordava da interpretação de que o PR, em especial o senador Blairo Maggi (MT), padrinho político de Pagot, esteja querendo "colocar a faca" no pescoço do governo. "Eu não tenho essa interpretação."
Ao defender o ministro Paulo Bernardo e comentar o fato de que setores do governo o enxergam como alvo de chantagem do PR, Ideli disse que "o ministério do Planejamento define as diretrizes do orçamento e não entra nos detalhes de cada ministério na questão de execução de obras".
Embora a ministra esteja dizendo que não há preocupação, o governo, segundo fontes, está preocupado sim e considera uma incógnita o depoimento de Pagot amanhã. No caso do Senado, o governo sabe que Pagot vai contar com a complacência de Blairo Maggi. Já na Câmara, cujo depoimento está marcado para quarta-feira, o governo acredita que pode ter problema, porque o controle é menor sobre os parlamentares. Ideli evitou comentar se Pagot, que no momento está em férias, está definitivamente fora do governo ou voltará. "Até o final das férias, ninguém pode ser afastado ou mantido."
A ministra disse que a decisão da escolha de quem ocupará definitivamente a pasta de Transportes, sob a chefia interina de Paulo Sérgio Passos, é da presidente Dilma Rousseff, que não antecipou para sua equipe a decisão. Ideli relatou que, em encontro hoje da coordenação política, Dilma comentou sobre as investigações de suspeita de irregularidade nos Transportes, pasta que era comandada pelo PR, e não adiantou o que foi levantado até agora.
Na reunião da coordenação política, realizada no Planalto, o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, fez uma explanação sobre o cenário econômico internacional e as preocupações em relação às economias dos Estados Unidos e países europeus. Ideli relatou ainda que, no encontro, Dilma disse que é possível votar ainda nesta semana no Congresso a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).