A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, saiu hoje em defesa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e tentou minimizar as preocupações dentro do governo com declarações do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot.
"O Pagot cumpriu suas responsabilidades. De nossa parte não há nenhum tipo de preocupação", disse Ideli, após ser questionada se o governo estava com medo das declarações do diretor-geral. A ministra afirmou também que discordava da interpretação de que o PR, em especial o senador Blairo Maggi (MT), padrinho político de Pagot, esteja querendo "colocar a faca" no pescoço do governo. "Eu não tenho essa interpretação."
Ao defender o ministro Paulo Bernardo e comentar o fato de que setores do governo o enxergam como alvo de chantagem do PR, Ideli disse que "o ministério do Planejamento define as diretrizes do orçamento e não entra nos detalhes de cada ministério na questão de execução de obras".
Embora a ministra esteja dizendo que não há preocupação, o governo, segundo fontes, está preocupado sim e considera uma incógnita o depoimento de Pagot amanhã. No caso do Senado, o governo sabe que Pagot vai contar com a complacência de Blairo Maggi. Já na Câmara, cujo depoimento está marcado para quarta-feira, o governo acredita que pode ter problema, porque o controle é menor sobre os parlamentares. Ideli evitou comentar se Pagot, que no momento está em férias, está definitivamente fora do governo ou voltará. "Até o final das férias, ninguém pode ser afastado ou mantido."
A ministra disse que a decisão da escolha de quem ocupará definitivamente a pasta de Transportes, sob a chefia interina de Paulo Sérgio Passos, é da presidente Dilma Rousseff, que não antecipou para sua equipe a decisão. Ideli relatou que, em encontro hoje da coordenação política, Dilma comentou sobre as investigações de suspeita de irregularidade nos Transportes, pasta que era comandada pelo PR, e não adiantou o que foi levantado até agora.
Na reunião da coordenação política, realizada no Planalto, o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, fez uma explanação sobre o cenário econômico internacional e as preocupações em relação às economias dos Estados Unidos e países europeus. Ideli relatou ainda que, no encontro, Dilma disse que é possível votar ainda nesta semana no Congresso a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).