O fato inicial ocorreu em 2009, ano em que aliados do governo de Yeda Crusius se viram acossados por uma série de acusações de corrupção. No dia 11 de maio daquele ano, Ruas disse, num programa da TVCom, que Carlos Crusius "furtava da campanha", referindo-se à corrida eleitoral de 2006.
Crusius processou o vereador, perdeu no primeiro grau, mas apelou ao segundo grau e teve sua demanda atendida pela Turma Recursal Criminal, que condenou Ruas, por difamação, a três meses de detenção e converteu a pena em multa de R$ 2,1 mil no dia 4 de julho. O vereador já anunciou que vai levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que a Constituição garante aos parlamentares a inviolabilidade pelo direito de palavras, opinião e votos.
Em seu breve discurso durante o ato, nessa segunda, Tarso disse que não estava questionando a decisão do Judiciário, mas fazendo uma manifestação política em defesa da liberdade de expressão. O deputado estadual Raul Pont (PT) disse que levou "solidariedade política" a Ruas e deu a entender que o vereador fez denúncias com argumentos sólidos, que estão num processo que corre contra Crusius e outros nove réus na Justiça Federal de Santa Maria.
"A Justiça teve celeridade para condenar uma manifestação, enquanto os processos por corrupção se arrastam por muitos anos" comparou, hoje. Ao comentar a nota do PSDB, usou palavras semelhantes às dos adversários políticos. "O que nos envergonha é a corrupção", rebateu. Tarso não voltou a comentar o assunto.