Mais do que dividir responsabilidades, Pagot informou que todas as decisões sobre obras do Dnit são tomadas por um colegiado formado por ele e outros seis diretores, entre os quais o petista Hideraldo Caron, da Infraestrutura Rodoviária. E mais: em sua gestão, só projetos e obras “aprovados por unanimidade” eram realizados. Ao final, sentiu-se à vontade para contestar publicamente o ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage. “O Dnit não tem o DNA de corrupto”, avisou.
Para quem tem a pretensão de se manter no cargo, a tática foi competente. Ao detalhar as normas internas do Dnit, na abertura de sua exposição aos senadores das comissões de Infraestrutura e Fiscalização e Controle, Pagot explicou que “o órgão superior de deliberação é um Conselho de Administração”, formado pelo Dnit e por representantes de diversos ministérios (Transportes, Planejamento e Fazenda).
A diretoria colegiada era o “órgão executivo”, composto pelo diretor-geral e pelos diretores executivo, administrativo e financeiro, de infraestrutura rodoviária, ferroviária e aquaviária, além do diretor de planejamento. “O que não tem entendimento de todos é retirado da pauta”, garantiu.
Pagot deixou claro, enfim, que tirar o diretor-geral do Dnit e manter intacto o colegiado que tomava decisões por unanimidade é o mesmo que não mudar absolutamente nada, sobretudo quando o novo ministro era o secretário executivo do antecessor.