Os dez vereadores de Alfenas, Sul de Minas, decidiram retirar da pauta da Câmara Municipal o projeto de lei que previa reajuste de mais de 60% nos próprios salários e de 20% no contracheque do prefeito, Luiz Antônio da Silva (PT). De acordo com o vereador Jairo Campos (Jairinho, do PDT), que sugeriu aos colegas a suspensão da votação em segundo turno, marcada para a noite desta sexta, a medida foi adotada para "atender a vontade do prefeito". No final desta tarde, Luiz Antônio divulgou nota em que afirma ter recusado o aumento no salário. "O prefeito não aceitou o reajuste e pediu para retirar o artigo no projeto. Como não podemos alterar o corpo do texto já aprovado, sugeri à Mesa que fizesse requerimento para tirar o projeto da pauta", justifica Jairinho. No entanto, o texto foi proposto pela Mesa da Câmara, composta pelo presidente da Casa, Vagner Tarcísio de Moraes (Guinho, do PT), pelo vereador "Jairinho" e Eneias Resende (PRTB). Nessa terça, o projeto foi aprovado por nove votos a um. De acordo com a proposta, a partir de 2013, o salário do prefeito passaria de R$ 15 mil para R$ 19,5 mil, valor maior que o vencimento recebido pelo governador do estado, que recebe R$ 10,5 mil por mês. Já os parlamentares, que recebem R$ 4,9 mil por mês, passariam a ganhar R$ 8 mil. O reajuste foi considerado com base no limite determinado na Constituição Federal de que o valor desses salários não pode ultrapassar 40% do subsídio dos deputados estaduais, segundo o vereador do PDT.

O presidente da Câmara Municipal de Alfenas foi procurado pela reportagem mas não foi encontrado para prestar esclarecimentos.