A presidente Dilma Rousseff afirmou deste sábado, em solenidade de início da construção do primeiro submarino nacional, que os submarinos construídos pelo País vão compor um quadro de defesa nacional "capaz de garantir ambiente pacífico no nosso País e garantir a segurança das nossas riquezas". Em ato simbólico, Dilma participou do corte de uma chapa de aço na sede da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), no município de Itaguaí a 70 km do Rio de Janeiro.
Ela ressaltou que o início da construção de submarinos é um "momento estratégico" para o País. "Sabemos que um pequeno grupo de países domina a construção do submarino, em especial os de propulsão nuclear. O Brasil dá mais um passo em direção à afirmação cada vez maior de sua condição de país desenvolvido, com indústria sofisticada", disse a presidente, lembrando que o grande mérito da operação foi a transferência de tecnologia.
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha prevê a construção de quatro unidades convencionais (sigla S-BR, de submarino brasileiro), da classe Scorpène, com tecnologia francesa. Firmado em 2008 na França, o contrato, que prevê transferência de tecnologia para o Brasil, está orçado em R$ 6,7 bilhões.
De acordo com a Marinha, o primeiro dos quatro submarinos deverá estará pronto em 2016, com a entrada em operação marinha em meados do ano seguinte. O Ministério da Defesa informou que o corte da chapa de aço significa o primeiro passo para a construção do submarino brasileiro com propulsão nuclear (SN-BR) cuja previsão de entrega é 2023.
Na solenidade, também foi anunciada a construção de um estaleiro com término da obra fixado em 2014. Também será erguida em Itaguaí uma base naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem). A Nuclep produzirá os cilindros que formarão os corpos dos submarinos.
Segundo o Ministério, as obras físicas gerarão 9.000 empregos diretos e 27 mil indiretos. As obras dos submarinos empregarão 10 mil trabalhadores, dos quais 2.000 diretos.