A posse de Souza parecia favas contadas - havia até relatório favorável do senador Blairo Maggi (PR-MT), aprovado na comissão, que o definiu como "qualificado para assumir o cargo". Mas a escolha sofreu um revés após a divulgação das denúncias, no início do mês. Com especialização em administração pública, Souza é oriundo da Controladoria Geral da União (CGU), onde exerceu funções de chefia, entre as quais a de coordenador-geral da área de Contas do Governo.
Desde 2006, Souza é ouvidor do Dnit e, a partir de 2008, passou a acumular também o cargo de corregedor da instituição, encarregado de investigar e punir responsáveis por desmandos. Agora, de investigador ele passa à condição de investigado pela CGU, que realiza uma auditoria minuciosa em todos os contratos da pasta. Souza não quis se manifestar sobre o desconvite. A assessoria do Dnit informou que a escolha ou retirada de nomes para a diretoria do órgão é de competência exclusiva da Presidência.
Os próximos alvos da "faxina" serão conhecidos em breve, segundo informações do governo. O ministro Paulo Sérgio Passos se reuniu hoje por mais de duas horas com a presidente no Palácio do Planalto. Desde que assumiu o cargo, no último dia 12, ele vem anunciando demissões cirúrgicas de dirigentes do setor a cada reunião com Dilma. Entretanto, hoje ele não se manifestou.
Está prevista a demissão ou afastamento, entre outros, do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, Hideraldo Luiz Caron, e do presidente interino da Valec, estatal que cuida das ferrovias, Felipe Sanches, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo na edição do último sábado.