O deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) montou uma “República de Mogi das Cruzes” na área de Transportes do governo federal. A cidade paulista, de pouco mais de 350 mil habitantes, é o reduto eleitoral de Valdemar. Secretário-geral do PR, ele pôs no ministério amigos de longa data de Mogi. É conhecida no ministério como a “turma do Valdemar”. Nela, existe até o “casal Valdemar”. É o apelido dado por funcionários ao casal Eduardo Lopes e Ana Fátima Feliciano Lopes, lotados na pasta desde 2008.
Isso porque Valdemar já perdeu na semana passada Frederico Augusto Dias, o Fred, seu representante da “República de Mogi” no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Fred havia sido infiltrado no órgão por meio de uma empresa terceirizada. Tinha até gabinete.
O outro mogiano da lista de confiança de Valdemar é Nilo Moriconi Garcia, ouvidor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), agência reguladora do setor de transportes rodoviários no Brasil. Filiado ao PR, Garcia, que é amigo de infância de Valdemar e próximo de Eduardo Lopes, também é membro do conselho de Administração da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa vinculada ao Ministério dos Transportes.
Eduardo Lopes foi candidato a prefeito em Mogi em 1992, mas não conseguiu se eleger. Seu pai, Jacob Lopes, foi um dos únicos dois deputados estaduais de São Paulo a terem o mandato cassado na Assembleia Legislativa. Em 1986, o Legislativo paulista cassou Jacob por envolvimento em um escândalo conhecido como “Mogigate”, no qual foi acusado por um empresário de uma empresa de ônibus da cidade de pedir propina para intermediar negócios com a Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos.