As obras rodoviárias citadas estão sendo investigadas dentro do Fiscobras, projeto do TCU que fiscaliza obras com recursos do governo federal. Os relatórios são encaminhados à Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, que decide se os empreendimentos devem ou não ser paralisados.
Segundo a legislação federal, para interrupção de obras, total ou parcialmente, são considerados irregularidades graves fatos que tenham potencialidade de ocasionar prejuízos ao erário ou a terceiros e que se enquadrem entre aqueles passíveis de gerar nulidade de procedimento licitatório ou de contrato ou configurem graves desvios aos princípios que regem a administração pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).
Fora do orçamento
Em Minas Gerais, duas obras rodoviárias ficaram fora do orçamento de 2010 por determinação do Congresso, com base em recomendação do TCU. Na construção de dois trechos do Corredor Leste (BR-265), entre Alpinópolis e Jacuí, e em Muriaé, a equipe técnica identificou sobrepreço no contrato. O órgão recomendou também que fossem feitos novos estudos para a continuidade da obras, abordando aspectos técnicos, econômicos e ambientais. Em novembro do ano passado, o Dnit informou que seria elaborada uma revisão do projeto original.
Mesmo problema foi apontado na restauração da duplicação e melhoramentos na BR-050, nas divisas de Minas com Goiás e Minas com São Paulo. Em relatório sobre a execução dos serviços, o tribunal pediu que o Dnit adotasse providências para a repactuação do contrato firmado, de forma a atender o princípio de economia para as licitações públicas. Assim como na outra obra fiscalizada, o órgão respondeu que o projeto original seria revisado. Já entre os projetos mais antigos com indícios de irregularidades acompanhados pelo tribunal estão as melhorias para a BR-381, conhecida como Rodovia da Morte.