O Palácio do Planalto sabe que é preciso superar as restrições impostas pela Argentina, mas prefere deixar que as negociações sejam conduzidas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Já o interesse de empresas argentinas em participar das obras destinadas à Copa do Mundo de 2014, em 12 cidades-sede, e às Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, deverá ser trato pelas duas presidentas, segundo o embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro.
As restrições à entrada de produtos brasileiros no país vizinho foram ampliadas pelo governo de Cristina Kirchner, que lançou uma série de medidas protecionistas no primeiro semestre deste ano. A preocupação da Argentina é com o crescente superávit comercial brasileiro.
De acordo com o embaixador, "os problemas comerciais que existem são menores". "Para a Argentina, o déficit comercial é um problema. Estima-se que até o final do ano o déficit na balança comercial com o Brasil será de US$ 6 bilhoes."
O Brasil, assinalou Cordeiro, é o maior mercado para os manufaturados argentinos. "Cerca de 85% das exportações de manufaturados argentinos são para o Brasil. A Argentina também é o maior mercado para produtos industrializados brasileiros."
Dilma foi à Argentina em janeiro deste ano, em sua primeira viagem internacional. Cristina Kirchner seguirá direto do Peru para Brasília. A previsão é que elas tenham um encontro privado na parte da manhã e façam uma declaração conjunta à imprensa depois. De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena, não há previsão de assinatura de atos entre os dois governos.
Após a declaração, a presidenta argentina participará de um almoço no Palácio do Itamaraty. Na parte da tarde, Cristina Kisrchner participará da inauguração da nova sede da Embaixada da Argentina em Brasília.