Brasília – Aliados históricos do PT, PSB e PCdoB planejam ser adversários dos petistas nas maiores cidades do país em 2012, seja com candidato próprio ou com alianças com partidos que fazem oposição à presidente Dilma Rousseff. As conversas estão azedas em capitais como São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, Belo Horizonte, Salvador, São Luís e Florianópolis, e cidades paulistas importantes como Campinas, São Vicente e Jundiaí.
Na corrida pela prefeitura paulistana, o PT terá candidato próprio – os favoritos são a senadora Marta Suplicy e o ministro da Educação, Fernando Haddad –, o PCdoB pretende lançar o vereador Netinho de Paula. O PSB avisou ao governador Geraldo Alckmin que apoia o nome tucano desde que o concorrente não seja da alçada de José Serra. O favorito de Alckmin é o do secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas.
O dirigente socialista, Márcio França, secretário de Turismo do governo Alckmin, disse que só haveria chance de apoiar um nome do PT na capital caso o candidato fosse um dos deputados federais: Jilmar Tatto, Carlos Zarattini ou Arlindo Chinaglia. “Em São Paulo, nós somos governo. Então é mais fácil caminhar com eles. E é pouco provável que os deputados do PT sejam candidatos”, afirmou França.
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, disse ser emblemático para o partido ter candidato próprio em São Paulo e lembrou que Netinho teve votação expressiva para o Senado, ficando em terceiro lugar, com diferença diminuta para Marta Suplicy. Rabelo afirmou que a candidatura já tem apoio do PDT e pretende avançar nas conversas com o PSB. “O PSB está sem alternativa. Precisa apoiar alguém e, se reunirmos apoio dos dois partidos, teremos uma candidatura forte”, afirmou Rabelo. Márcio França disse que houve conversas, mas descartou avanço por considerar Netinho um candidato competitivo, mas sem densidade para ser prefeito. Por conta dessas barreiras, há comunistas que pensam diferente de Renato Rabelo e acreditam haver espaço para conversa com o PT caso o candidato seja Haddad e não Marta.
O PCdoB vai voltar a apostar no presidente da Embratur, Flávio Dino, para disputar a Prefeitura de São Luís e terá o apoio do PSB. O PT, pela visão da direção nacional, deve primeiro conversar com o PMDB, dominado pela governadora Roseana Sarney.
Belo Horizonte
As conversas sobre a sucessão de Belo Horizonte envolvem um grande número de partidos. PT e PSDB disputam a preferência do prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição. O PT, porém, não aceita repetir a aliança com os tucanos na chapa. “Se no centro da aliança tem um partido aliado, como PT ou PSB, é do nosso interesse fechar o apoio e não importa que outros partidos da oposição venham a aderir. Para nós não implica nenhuma dificuldade ter apoio de partido da oposição”, afirmou Rabelo. Márcio França foi além e afirmou que em Belo Horizonte é mais fácil o apoio do PSDB do que do PT a Lacerda.
Em Salvador, o PCdoB entende que passou da hora de ter candidato próprio e deve lançar a deputada federal Alice Portugal. “Passou da hora de ter candidato em Salvador”, afirmou Rabelo. O dirigente do PSB sustentou que a senadora Lídice da Matta seria um nome forte, mas sublinhou que ela não se lançará contra a vontade do governador baiano Jaques Wagner.
Os socialistas estão privilegiando mais as conversas com os governadores do que as com a presidente Dilma Rousseff. Em Florianópolis, o partido deve apoiar o nome a ser lançado pelo governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. O PT, por exemplo, terá candidato próprio, mas não se decidiu quem será. Não está descartada ainda a possibilidade de a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, concorrer, apesar de petistas acharem ser muito difícil.