Apesar da dura negociação com os sindicatos, Dilma insiste em desonerar a folha de salários. O governo quer reduzir a contribuição previdenciária de 20% para 14%, uma diminuição de dois pontos percentuais ao ano até 2014. CUT e Força Sindical reclamam que a medida poderá aumentar o déficit na Previdência, prejudicando a aposentadoria dos trabalhadores. O Planalto também vai insistir no fim da guerra fiscal, propondo a unificação das alíquotas do ICMS em apenas um imposto — o chamado IVA (Imposto sobre Valor Agregado).
Dilma terá, também, que desatar outro nó na relação com os governadores. O Congresso está preparado para analisar o veto ao projeto de distribuição equitativa dos royalties do pré-sal. Aprovado pelo Congresso na chamada Emenda Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), o tema transformou-se em uma briga entre estados produtores e não produtores de petróleo.
Por enquanto, Dilma avalia os projetos necessários para encaminhamento ao Congresso, sem pesar eventuais prejuízos políticos para seus aliados. Como adiantou o Estado de Minas, Dilma deu o sinal verde para que o Ministério da Previdência apresente proposta para um Fundo de Previdência Privada para o funcionalismo, que elimina a possibilidade de os futuros servidores se aposentarem com salário integral, o que gera muito descontentamento no setor.
O governo também encaminhará ao Parlamento o Marco Civil da Internet, a Lei Geral da Copa — que define as normas para utilização de marcas e direitos autorais — e o Marco Regulatório da Mineração, que prevê um aumento no percentual dos royalties que devem ser pagos pelas empresas exploradoras. Outro motivo de preocupação é a votação do Código Florestal no Senado. A presidente foi alertada por seus auxiliares mais próximos que precisa encaminhar rapidamente projetos para o Congresso, já que a atividade legislativa em 2012, ano de eleições, será praticamente inercial .