Jornal Estado de Minas

Presidente do PT-MG diz que restrição de prévias vai contra história do partido

Alexandre Vaz
O presidente do PT em Minas Gerais, deputado federal Reginaldo Lopes, afirmou nesta sexta-feira que limitar ao uso de prévias para a escolha de candidatos a prefeito, governo e presidente, vai contra a história do partido. Ele admintiu , no entanto, que a mudança vai depender da vontade da "maioria política" da legenda, que tem interesse em alterar o estatuto do partido nesse sentido.
"Entendo que o processo de escolha de candidatos não pode ser o mesmo que existia há 30 anos, já que a realidade mudou. Mas o PT não pode ir contra sua tradição de buscar a unidade dentro da diversidade", reiterou o deputado.

Reportagem do jornal Estado de S. Paulo, publicada nesta sexta, mostra que dirigentes do PT nacional querem alterar as regras para escolha de candidatos em cidades e estados. A ideia seria evitar disputas internas nas áreas estratégias, em especial naquelas em que o partido é governo.

O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defende a reforma, dizendo que, em cidades como São Paulo, a realização de prévias seria "um desastre". Internamente, o PT já conta com pelo menso quatro nomes que teriam se mostrado dispostos à pré-candidatura - Marta Suplicy, Eduardo Suplicy, Jilmar Tatto e Carlos Zarattini. Já o ex-presidente Lula defende que o PT abra mão da cabeça de chapa em uma aliança com o PMDB, tendo o nome do ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato.

Coordenada pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), a comissão preparou um anteprojeto de reforma do estatuto que será debatido no 4.º Congresso da sigla, em setembro. O texto é preliminar e pode receber emendas, mas já indica o caminho defendido pela cúpula petista, com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente PT mineiro, Reginaldo Lopes, lembra que a orientação deve seguir a "maioria política" do partido, ou seja, do grupo que tem mais força internamente, que não coincide necessariamente com a "maioria numérica" dos filiados. "É óbvio que é sempre melhor que as duas (maioria política e maioria numérica) coincidam. Mas isso não acontece", afirma. (com agências)