Apontada como “em execução” pelo relatório do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2011-2014, apresentado nessa sexta-feira pelo Ministério do Planejamento, a melhoria de trecho da BR-251, em Unaí, na Região Noroeste de Minas, está parada. Segundo o prefeito Antério Mânica (PSDB), uma placa do governo federal na rodovia ainda registra 2010 como data prevista de entrega da obra. Mas a empreitada acabou se tornando um exemplo da desaceleração do PAC no governo de Dilma Rousseff (PT): com cerca de um terço concluída no ano passado, a obra não foi para frente este ano. Para complicar, a crise no Ministério dos Transportes adiou ainda mais sua retomada.
Enquanto o governo considera a obra “em execução” no seu balanço, o prefeito conta que a melhoria da via está parada desde início do ano. “Iniciou em 2010, mas parou este ano. Disseram que iria ser retornado por agora, mas a crise no Ministério dos Transportes deve ter prejudicado a obra novamente. Esperamos com muita ansiedade, porque a obra é realmente essencial para a cidade”, diz. De acordo com ele, outros trechos da BR-251 estão sendo recapeados, mas a brita ainda não chegou ao município. A previsão de custo da travessia urbana da rodovia era de R$ 19 milhões.
Velho Chico
Mas, se a obra estava avançada na época, hoje a cidade é só buracos. A empresa vencedora da licitação declarou falência no meio do ano passado, depois de ter gastado R$ 4 milhões. Antes disso, valas foram abertas para a instalação da tubulação da rede de esgoto. Parte foi colocada, mas as ruas não foram recapeadas. Chuva vai, chuva vem: o município se tornou um lamaçal. A nova previsão é de que a obra seja retomada em agosto, com a liberação de mais R$ 15 milhões.
Na mesma caravana, Lula e Dilma visitaram Sertânia, em Pernambuco. Por lá, eles viram 2,7 mil operários trabalhando em construção de canal para a passagem do curso d’água. No fim do ano passado, o cenário era diferente: todos foram demitidos e as obras, paralisadas. A interrupção é motivo comum a outras obras do PAC. Reclamando falta de verba, as empreiteiras responsáveis pedem aditivos para voltar aos canteiros de obra. A previsão inicial de custo era de R$ 5 bilhões.