Jornal Estado de Minas

Romero Jucá se desculpa com Dilma por acusação de irmão à pasta de Agricultura

AgĂȘncia Estado
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse ter pedido desculpas à presidente Dilma Rousseff pelas acusações feitas pelo seu irmão, Oscar Jucá Neto, de que há corrupção no Ministério da Agricultura. Após a conversa com Dilma, o líder do governo disse ter ouvido dela que o ministro Wagner Rossi (Agricultura) continua e terá a responsabilidade de verificar se há irregularidades na área.
"Na conversa com a presidente, eu dei explicações e pedi desculpas, disse que não concordo com o que ele (Oscar) fez. Ela comigo, deu o assunto como encerrado e disse que o ministro Wagner Rossi vai verificar se houve alguma irregularidade", disse Jucá.

O peemedebista disse não ter conhecimento se as acusações do irmão são ou não verdadeiras, mas criticou o fato de ele ter feito as denúncias após perder o cargo na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "O que ele disse não tem pé nem cabeça. Eu não conheço os dados da área, mas não concordo com a postura dele de sair atirando no ministro, no Michel Temer (vice-presidente da República)".

Em entrevista à revista Veja, o irmão de Jucá afirmou haver um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura tendo como foco a Conab. O esquema beneficiaria o PMDB e o PTB. O ministro Wagner Rossi participaria do esquema. Ele foi indicado pelo vice-presidente Michel Temer.

Segundo Oscar, a estatal estaria adiando o repasse de R$ 14,9 milhões à empresa de alimentos Caramuru para barganhar uma comissão de R$ 5 milhões, que seriam acrescentados ao valor da dívida de forma fraudulenta. Ele denunciou, ainda, a venda de um terreno da empresa em uma área nobre de Brasília por R$ 8 milhões, um quarto do valor estimado de mercado, em favor de uma pequena imobiliária, que seria laranja de um influente político do PTB.

O irmão de Jucá foi demitido da Conab na semana passada após uma denúncia de que autorizara um pagamento irregular de R$ 8 milhões a uma empresa de armazenagem, sem aval do presidente da estatal, Evangevaldo Pereira dos Santos, e do ministro. Segundo Jucá, Oscar garante que o pagamento foi legal e se deu em cumprimento a uma ordem judicial.