Para Dilma, esse tipo de declaração não será mais tolerada. Há poucos dias, segundo uma fonte palaciana, ela convocou um ministro para sua sala, dizendo que havia um zum-zum-zum em sua pasta. “Vai lá, antecipe-se, apure o que está acontecendo porque, depois, não vou aceitar o ‘eu não sabia’”, disse a presidente.
Conab
Na reunião de ontem, no Palácio do Planalto, que contou com a presença dos líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP); do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR); e do Congresso, Mendes Ribeiro (PMDB-RS), Dilma baixou a norma, citando especificamente o episódio envolvendo a demissão de Jucá Neto da Conab — ele é irmão do senador roraimense. Denúncias publicadas na imprensa mostram que ele autorizou o pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa de armazenagem chamada Renascença. Como não havia dinheiro em caixa, foram utilizados recursos de um fundo destinado à compra de alimentos e, por essa razão, a Justiça penhorou um terreno de estacionamento da autarquia.
Após a exoneração, Jucá Neto revelou, em entrevista, que existe um “conluio entre PTB e PMDB” na Conab e declarou que “lá só tem bandido”.
Enquanto isso...
…cinco na mira da oposição
De volta do recesso parlamentar, a oposição aproveita o clima de faxina instaurado na Esplanada para reunir as denúncias contra ministros e criar a CPI da Corrupção. Ontem, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), apresentou requerimentos de convocação de cinco ministros e três comandantes do segundo escalão para comparecerem à Casa e prestar esclarecimentos sobre suspeitas que atingem suas respectivas pastas. Estão na mira os titulares de Transportes, Paulo Sérgio Passos; Agricultura, Wagner Rossi; Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence; Minas e Energia, Edison Lobão; e Cidades, Mário Negromonte; além do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda; do secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski; e do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. (Josie Jeronimo)