Em conversa com a Agência Brasil, Cassildo Maldaner disse que nesta quarta as chances de ele e de Luiz Henrique não assinarem o pedido de CPI é 90%. “Apesar de ter Álvaro como um irmão eu e o Luiz Henrique temos um trato de atuarmos juntos no Senado. Para onde um vai o outro também vai. Se começarmos a tomar posições divergentes isso vai dar um problema político danado no estado”, destacou o parlamentar. O colega do PMDB catarinense deve ser relator do Código Florestal nas comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Constituição e Justiça.
Já o senador Waldemir Moka deixou claro que não deve assinar o pedido de CPI. Segundo ele, o ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (PR-AM) prestou esclarecimentos ontem, em plenário, sobre as denúncias que pesaram sobre ele e mostrou como funcionam as decisões no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foco das denúncias de superfaturamento de obras.
Waldemir Moka ressaltou o fato de o senador amazonense ter comunicado aos demais colegas ter requerido ao procurador-geral da República e à Polícia Federal que investigassem as denúncias publicadas pela imprensa que envolveram ele e o seu filho no suposto esquema de recebimento de propina.
Caso não consiga as assinaturas necessárias até o início da sessão, marada apara as 14h, a tendência, segundo informou uma liderança governista, é que se peça ao presidente da sessão ainda hoje o arquivamento da matéria por falta de assinaturas suficientes para dar andamento ao pedido de CPI. Essa possibilidade existe a partir do momento que o líder tucano, Álvaro Dias (PR), comunicou oficialmente na sessão plenária de ontem que tinha as 27 assinaturas para instalar CPI.
O líder do PT, Humberto Costa (PE), rebateu as declarações feitas mais cedo por Álvaro Dias de que a retirada das duas assinaturas mostrou que o governo teme uma CPI e que o discurso da presidente Dilma Rousseff de que fará uma “faxina” em sua equipe é “balela”. Para o petista, o que a oposição deseja “é um palanque político visando às eleições municipais de 2012”.
Humberto Costa disse também que órgãos fiscalizadores como a Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal, Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público já investigam as denúncias de corrupção no Dnit. “O que uma CPI agregaria a essas investigações a não ser trazer o assunto para o debate partidário?”, questionou Humberto Costa.