A cúpula do PT vai aprovar resolução que abre brechas para alianças com partidos de oposição, nas eleições de 2012, em cidades onde essas siglas não forem hostis ao governo de Dilma Rousseff. A proposta sobre tática eleitoral, que será apresentada nesta quinta-feira à Executiva do PT, em reunião no Rio, menciona explicitamente o PSDB, o DEM e o PPS.
Não é a primeira vez que o PT autoriza ou fecha os olhos para acordos com adversários durante as eleições. Em 2008, por exemplo, na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, os petistas vetaram a aliança costurada pelo então prefeito Fernando Pimentel - hoje ministro do Desenvolvimento - com o governador Aécio Neves (PSDB), eleito senador - para apoiar Márcio Lacerda (PSB). Depois de muita polêmica, no entanto, a direção do PT lavou as mãos. Lacerda foi eleito.
Na prática, a proposta que prevê coligações com a oposição atende à política do pragmatismo recomendado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Em determinadas situações, precisamos juntar todos os diferentes para enfrentar os antagônicos”, disse o ex-presidente.
Lula não quer prévias no PT, para a escolha de candidatos, nas capitais consideradas estratégicas. Seu argumento, em conversas reservadas, é de que esse mecanismo traz desgaste.