Para garantir a adesão da máquina petista à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está costurando o apoio de prefeitos do partido com alta popularidade, sobretudo na região do ABC e região metropolitana da capital, ao nome do ministro da Educação e, ao mesmo tempo, organizando reuniões com dirigentes que defendem outro candidato para a disputa, especialmente a senadora Marta Suplicy.
Na terça-feira, Lula conversou com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente do partido na capital, Antonio Donato, e o vereador Francisco Macena no Instituto da Cidadania, em São Paulo. Dias antes, Lula teve uma reunião reservada com o ex-ministro José Dirceu, que já havia criticado a interferência da direção partidária no debate sobre prévias. O PT quer mudar o estatuto e criar obstáculos para as disputas internas antes das eleições.
Internamente, Lula não faz uma pregação explícita sobre a candidatura de Haddad nem veta a realização das prévias. Mas, considerado no PT um dos maiores entendedores do partido, Lula manda recados sobre a preferência, constrangendo os rivais de Haddad ao defender um nome novo na disputa.
No atual cenário, a ex-prefeita Marta Suplicy é a principal adversária de Haddad. O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse a interlocutores que não quer concorrer.
Mercadante conta com o apoio da presidente Dilma Rousseff para se lançar ao governo de São Paulo em 2014. Se o ministro não for um obstáculo para a candidatura de Haddad - a prioridade de Lula no momento -, poderá contar também com a simpatia do ex-presidente para a sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB).