O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), rebateu nesta quinta-feira a afirmação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "é fraquinha". Sarney disse que não leu a declaração de Jobim (dada à revista Piauí), mas acredita que ele "jamais" faria um comentário para atingir o governo ou seus integrantes. "Eu acho até que esta (declaração) não combina com a ministra Ideli porque a Ideli é até bem gordinha, não é bem fraquinha", afirmou o senador.
"O que posso dizer é que o ministro Jobim é um homem muito experiente, muito equilibrado. Jamais faria comentário que pudesse atingir as pessoas ou o governo", acrescentou.O senador não acredita que a crítica do ministro da Defesa com relação à atuação das ministras Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti resultem na sua exoneração do cargo. Sarney lembrou que Jobim já disse que "está muito bem no governo". "Ele realmente não tem nenhuma intenção de deixar sua posição de ministro E esse comentário não deve ter sido feito por ele", defende.
Por conta de outras declarações, Jobim já estava na lista dos ministros de Dilma que poderão ser substituídos na primeira reforma ministerial, prevista para o final deste ano ou o início de 2012. Agora, com a entrevista dada à Piauí, que chega amanhã às bancas, a presidente pode decidir pela demissão imediata de Jobim, desistindo da ideia de não mexer no governo enquanto não assentar a poeira da base aliada levantada pela crise política no Ministério dos Transportes, no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e na estatal Valec.
O ministro viajou na noite dessa quarta-feira para São Gabriel da Cachoeira (AM). Hoje pela manhã, ele partiu para Tabatinga (AM), onde, ao lado do vice-presidente da República, Michel Temer, assina um plano de vigilância de fronteiras entre Brasil e Colômbia. Pela agenda oficial, Jobim deixa a base do Cachimbo (AM) às 20h30, devendo chegar a Brasília perto da meia-noite.
Em recente entrevista concedida ao programa Poder e Política, da Folha de S. Paulo e do UOL, Jobim criou incômodo no Planalto ao fazer questão de revelar que, nas eleições do ano passado, votou no candidato tucano José Serra, o adversário da candidata vencedora, Dilma Rousseff.