Segundo ela, Dilma tem agido de maneira quixotesca ao enfrentar o "nefasto gigante da corrupção". "E para isso tem de ser ajudada pelos bons ventos da sociedade brasileira". A ex-senadora defendeu que a sociedade dê apoio à presidente quando suas ações forem corretas. Para Marina, a reação da sociedade é a melhor forma de "constranger" aqueles que acham que as instituições públicas podem ser privatizadas por partidos. "Eu acho necessária uma grande mobilização da sociedade para que não tenhamos apenas espasmos de combate à corrupção, mas um processo estrutural."
Após ministrar palestra no XI Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente, promovido na capital paulista, a ex-senadora afirmou que a "faxina" promovida pelo Palácio do Planalto é "necessária" e "urgente". "Se o governo federal quiser de fato encarar esse problema, que seja dada a sustentabilidade política para encarar o problema, inclusive contrariando a própria base da aliança que elegeu a presidente."
Marina lembrou que boa parte das denúncias de corrupção foi levantada por meio de informações contidas em relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), o que permitiria que os envolvidos fossem punidos antes de as denúncias serem divulgadas pela imprensa. "É fundamental criar uma cultura de antecipar essas faxinas, mesmo quando o problema não ganhou visibilidade na imprensa", afirmou. "É importante acompanhar esses relatórios para poder ter uma ação antecipatória e evitar o dano político."