Brasília – A oposição disparou suas primeiras críticas à indicação do ex-chanceler Celso Amorim. O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO) avaliou como muito temerária a ida de Amorim para um cargo estratégico como a Defesa, por seu viés esquerdista e sua política de aproximação com ditaduras, como a do Irã.
“Pior, foi trocado por um fanático esquerdista. Isso é um perigo na Defesa pelo seu passado de aproximação com ditaduras e suas ligações com Cuba e Venezuela. Muito mais que uma crítica , vejo a solução como extremamente temerária para um cargo estratégico de defesa nacional. Só falta o Amorim levar o Marco Aurélio Garcia e o Samuel Pinheiro Guimarães. Acho que o Amorim na Defesa será um desastre!”, avaliou Demóstenes.
Mas o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), diz que essa é uma avaliação exagerada, porque Celso Amorim vai tocar a política da presidente Dilma Rousseff e um programa de defesa que já está em execução, algo que, segundo ele, foi muito bem comandado até agora por Jobim.
Desafios no horizonte
O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, vai herdar de seu antecessor pelo menos quatro temas de relevância e de polêmica. São eles:
Estratégia Nacional de Defesa
É o programa mais ambicioso na área de defesa. Além de reforçar as fronteiras, prevê a modernização das Forças Armadas para os próximos 30 anos.
Caças
A compra dos aviões caças, um dos temas mais discutidos durante o governo Lula, pode voltar à tona. A presidente Dilma Rousseff tirou o assunto de pauta após o anúncio do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano. Jobim tinha preferência pelas aeronaves francesas.
Comissão da Verdade
Um dos temas mais espinhosos em discussão no governo. Jobim foi responsável pela análise final do texto enviado ao Congresso, além de ter sido um dos líderes nessa discussão. Parte dos militares não aceita que sejam retomadas investigação sobre a ditadura.
Copa do Mundo
O Brasil vai sediar o evento em 2014 e, pela magnitude do Mundial, será exigida a presença de todos os representantes do governo, inclusive das Forças Armadas, que atuou também no Pan-Americano, principalmente na área de inteligência.