“A intensificação das expulsões decorre da determinação do governo em combater a corrupção e a impunidade. Assim, a administração deixa de ficar apenas à espera da punição pela via judicial, que é demorada, e passa, ela própria, a aplicar as punições de sua alçada”, afirma o secretário-executivo da CGU, Luiz Navarro.
Segundo a CGU, os processos contra os servidores dão amplo direito à defesa dos acusados. Para ampliar a fiscalização, o governo criou o Sistema de Correição da Administração Federal, com unidade em cada ministério, e uma coordenação central dentro da Controladoria. Montou ainda programa de capacitação em processo administrativo disciplinar para que gestores não contribuam com a impunidade, deixando de instaurar processos por falta de conhecimento.
Má educação
A CGU revela apenas o ministério em que os servidores trabalhavam, não especificando os setores em que eram lotados. O campeão em funcionários demitidos, no histórico desde 2003, é a pasta da Educação, com 497 baixas. Em segundo lugar está o Ministério da Justiça, com 414 demitidos. O Ministério da Fazenda está em terceiro, com 332.
Na comparação por estados, computada pela CGU a partir de 2007, Minas Gerais tem o quinto maior número de expulsões, com 97 casos. Ao contrário do que parecia ser provável, por concentrar o maior número de servidores públicos, o Distrito Federal não lidera o ranking de desligamentos compulsórios. O primeiro no ranking é o Rio de Janeiro, que foi a capital do país até a fundação de Brasília, em 1960, e mantém parte da estrutura do governo federal. O estado registrou 358 expulsões de funcionários da União. Distrito Federal está em segundo, com 281, seguido pelo Amazonas, com 114. Empatados em último lugar com o menor número de desligamentos compulsórios estão Piauí, Acre e Sergipe.