O fim do bloco "Minas Sem Censura" na Assembleia Legislativa de Minas Gerais é praticamente irreversível. A comunicação oficial da saída do PMDB do grupo, que somava 23 parlamentares, só deve ocorrer na próxima semana, mas os peemedebistas já confirmam a debandada para atuar de forma “independente” na Casa. Uma última tentativa de reunir os aliados será feita nesta quinta-feira em um almoço com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o qual os deputados do PT, PCdoB, PMDB e PRB foram convidados.
Será o segundo rompimento com o PT em razão de articulações eleitorais. O PMDB formou bloco com os petistas em outubro de 2009, mas em julho de 2010 acabou a união. Os peemedebistas se consideraram preteridos na formação de coligações eleitorais. A novela se repete. Agora, os deputados estaduais reclamam não terem sido considerados pelo PT nas articulações para o pleito de 2012. Os petistas trabalham pela reedição da aliança com o prefeito Marcio Lacerda (PSB), para quem articulam a indicação de um vice. Admitem até mesmo a inclusão dos tucanos, a exemplo da polêmica dobradinha feita em 2008.
Ainda segundo Miranda, a direção estadual do PT não procurou o PMDB para conversas sobre 2012. O colega de bancada, Adalclever Lopes, fez coro e disse que a vontade da maioria é sair. “A questão de BH é a principal. Somos aliados e nem procurados fomos, é o total descaso”, disse.
Panos quentes
Da outra ala do partido, o deputado Antônio Júlio ainda trabalha para a acalmar a situação. Ele participou de reunião nesta terça-feira com os petistas e sugeriu um encontro entre os presidentes do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, e PMDB, deputado federal Antônio Andrade. Para ele, a visita do ex-presidente Lula nesta quinta-feira a BH também pode contribuir. "Ainda vamos tentar uma solução, até porque o presidente Lula vem aí. Acho que essa decisão é precipitada, o bloco deveria continuar pelo menos até o fim do ano, aí sim veríamos como iam ficar as composições no processo municipal", alega. Antônio Júlio argumenta que o governo estaria acenando com benesses aos deputados do PMDB.
Enquanto o impasse não é oficializado, o líder do governo, deputado Luiz Humberto (PSDB), afirmou que pretende convidar o PMDB a integrar a base, mas acredita que o caminho será de uma postura independente. Vanderlei Miranda confirmou que não está nos planos dos parlamentares se unir à base do governador Antonio Anastasia (PSDB). A sangria no bloco de oposição começou com o PRB, que comunicou a saída dos seus dois deputados. Continuando com os dois integrantes do PCdoB e os 11 do PT, a oposição passa a ter 13 cadeiras, número menor que os 16 necessários para atuar como bloco parlamentar. Com isso, a oposição se enfraquece, pois perde o status que lhe daria a atuação conjunta, deixando de ter por exemplo vice-líder.