Esta última questão, de acordo com Marina, cria uma espécie de "vale-tudo florestal". "A norma é geral, mas não significa que tenha de ser genérica", explicou. "A norma deve regular os 27 Estados da federação e os Estados podem agir complementarmente, não para reduzir as áreas de preservação, mas para criarem instrumentos que viabilizem seu uso sustentável e que possibilitem o aumento da produção e o ganho de produtividade sem expandir a fronteira agrícola".
Na avaliação de Marina, a presidente Dilma Rousseff deve trabalhar para que a base aliada no Senado não aprove o texto. "A aprovação do texto do deputado Aldo Rebelo vai na contramão dos compromissos que a presidente assumiu com a sociedade, que é vetar qualquer lei que signifique qualquer aumento do desmatamento e anistia aos desmatadores", disse. "Se for aprovado desse jeito, terá de ser vetado".
Na opinião de Marina, cabe à base aliada evitar que a presidente tenha de vetar artigos do texto. "É claro que é uma situação não desejada porque ou a presidente fica contra o Congresso ou contra a população. A base aliada, se de fato é aliada, terá de trabalhar para que tenhamos um texto que não leve a presidente a esse tipo de impasse".