A Prefeitura afirmou ontem que ainda não havia sido notificada pela Justiça e, por isso, não se manifestaria.
Na ação, o promotor do Patrimônio Público e Social Marcelo Duarte Daneluzzi contesta os meios usados pela Prefeitura para determinar o aumento, baseado em um decreto legislativo de 1992. O decreto fixava o salário do prefeito em 75% da remuneração dos deputados estaduais paulistas. O promotor afirma na ação que “a vinculação dos subsídios atenta contra o princípio constitucional da autonomia e da competência municipal”.
Daneluzzi pede ainda que a decisão da Prefeitura seja anulada e, no fim do processo, prefeito e vice-prefeita devolvam a diferença paga a eles neste ano. Caso percam o processo, o valor a ser devolvido pelo prefeito e pela vice-prefeita é de R$ 203,5 mil.
Em julho, o prefeito Kassab afirmou ter doado R$ 28 mil do aumento salarial que passou a receber ao Hospital A. C. Camargo. O prefeito prometeu fazer as doações nos meses seguintes. A vice-prefeita Alda Marco Antônio, segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, recebe o salário integralmente.
Câmara
No dia 30 de junho, a Câmara Municipal aprovou um novo aumento para o salário de Kassab. Com a decisão, a partir do ano que vem o prefeito passa a ganhar R$ 24 mil. Nessa votação também foi definido reajuste de 250% no salário dos 27 secretários municipais, que passaram a receber R$ 19.294,10. O impacto estimado nas contas públicas é de R$ 4,8 milhões.
Esse reajuste, no entanto, não faz parte da ação movida pelo MP. Segundo escreveu o promotor, “somente lei de iniciativa da Câmara pode fixar subsídios dos agentes públicos do Poder Executivo, e não outra espécie legislativa, como decreto legislativo da Câmara”.
Servidores
No começo do mês, a Prefeitura de São Paulo informou que todos os servidores públicos que recebem acima do teto do funcionalismo (R$ 26.723,13) terão de devolver o que receberam a mais. Isso foi depois de o Estado revelar que 140 procuradores do Município tinham rendimento mensal acima desse limite. Uma procuradora chegou a receber R$ 76,3 mil em junho. Para os procuradores, o teto estabelecido foi o do salário de desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (R$ 24.117 62).