Depois de apoiar o pleito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pela renegociação das dívidas de pequenos agricultores, a senadora Kátia Abreu (ex-DEM), que preside a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e sempre se alinhou com a bancada ruralista, amenizou o discurso. Disse que pretende agir como oposicionista e que não se alinhará à postura do governo no debate sobre a reforma agrária.
A parlamentar, futura integrante do PSD, esclareceu que não está afinada com o MST e que repudia as invasões de terras. “Mudo de partido, mas nada do que eu penso mudou. Sou oposição e continuarei sendo dura contra as invasões criminosas no campo”, afirmou. “Isso não impede que eu vá até a presidente para discutir assuntos de interesse do Brasil.”
Em reunião com Dilma Rousseff na terça-feira, Kátia apresentou propostas de renegociação de dívidas que beneficiariam agricultores egressos do MST, assentados em pequenas propriedades. Para deputados ruralistas, a sintonia com as reivindicações dos sem-terra é pontual e não indica um abrandamento da posição da senadora.
“Não é possível fazer renegociação excludente. Se o cidadão tem atividade como produtor rural, deve ser beneficiado, independentemente de seu alinhamento ideológico”, avaliou o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), crítico ferrenho das invasões dos sem-terra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.