*Atualizada às 19h29
Deputados do PMDB anunciaram a mudança de postura da bancada na Casa - Foto: Cristina Horta/EM/DA Press
Oito lideranças do PMDB estadual formalizaram, nesta quinta-feira, a saída do bloco de oposição do governo de Antonio Anastasia (PSDB) na Assembleia Legislativa (ALMG), conhecido como Minas sem Censura. Alegando "desprestígio" em relação ao PT em Minas, a bancada prometeu manter postura "independente" na Casa. Com o anúncio, o grupo inicialmente formado por PT, PMDB, PCdoB e PRB está com os dias contados, já que, de acordo com o regimento interno da ALMG, é preciso haver pelo menos 16 parlamentares para formar um bloco.
O deputado Antônio Júlio (PMDB-MG) alegou, por meio de nota, “permanentes dificuldades de convivência entre os dois partidos da base do governo federal e a dificuldade da bancada do PMDB de convívio com a direção estadual do PT” para justificar o desligamento do bloco, tema em discussão desde o início dessa semana. Júlio destacou ainda que o bloco foi "o único diretório estadual do PMDB que apoiou oficialmente" a candidatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, ano em que o PT mineiro lançou Nilmário Miranda na cabeça da chapa. "Apesar de tudo, a direção estadual do PT sequer menciona o PMDB entre aliados preferenciais, especialmente quando se discute a sucessão na prefeitura de Belo Horizonte", afirma.
Por outro lado, o presidente estadual do PT, deputado Reginaldo Lopes, respondeu que a afirmação do peemedebista "não corresponde à verdade". Em entrevista ao Estado de Minas, Lopes disse que a relação com o PMDB "é uma das melhores possíveis". "É um dos nossos partidos aliados. Acho lamentável a saída deles do bloco da minoria, mas vamos fazer um movimento mais amplo, ao lado dos professores e de sindicatos em geral", comenta. Segundo o petista, ainda que fora do Minas sem Censura, o PMDB não passa a integrar a "canoa do senador Aécio Neves (PSDB)".