Cada vez mais empenhado nas articulações políticas em torno da disputa ao comando da capital paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se na tarde desta quinta com o deputado federal Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (sem partido). No encontro, promovido no Instituto Lula, na capital paulista, o ex-presidente deixou claro ao deputado federal que o PT terá candidatura própria em São Paulo, citou o nome do ministro da Educação, Fernando Haddad, e defendeu o apoio mútuo entre ambos, caso algum deles dispute um eventual segundo turno em 2012.
O encontro com o peemedebista faz parte de estratégia capitaneada pelo ex-presidente para a formação de um leque de alianças que deem sustentação ao candidato do PT na corrida municipal. Na segunda-feira, 22, quando reuniu-se com quatro pré-candidatos petistas, o ex-presidente defendeu que a sigla já procure aliados tradicionais na capital paulista, como PCdoB, PDT, PSB e PR.
O ex-presidente pregou ainda que o partido estenda o diálogo ao PMDB, em uma tentativa de reproduzir, ainda no primeiro turno, a aliança que elegeu a presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente já exprimiu a aliados a preocupação de se construir um forte palanque eletrônico que dê sustentação à candidatura de Haddad, cujo nome ainda é relativamente desconhecido dos eleitores.
A estratégia do ex-presidente, de não pedir diretamente que o peemedebista abra mão da disputa, é semelhante à adotada, na segunda-feira, 22, com a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que rivaliza com o ministro pelo posto de candidato petista para a disputa municipal. No encontro com a petista, o ex-presidente elogiou a senadora e reconheceu o seu capital político, mas, nas entrelinhas, passou o recado à petista que defende um nome novo e prefere a sua permanência no Senado.
Após o encontro, a pré-candidata elogiou o ex-presidente e afirmou que ele a tratou de maneira respeitosa. O pré-candidato do PMDB também saiu do encontro "encantado" com Lula. "O Chalita saiu encantado com a conversa, impressionado e encantado com a simpatia, porque o Lula é cativante", relatou Rossi.