Quatro agências de publicidade habilitadas por licitação em 2008 foram contratadas emergencialmente pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) em junho deste ano. Uma delas, a Escala Comunicação & Marketing, tem como um de seus sócios o publicitário Alfredo Fedrizzi, participante do comitê de comunicação da campanha de Tarso Genro (PT) ao governo do Estado no ano passado na condição de colaborador individual. As outras três são a Martins & Andrade, a Agência Matriz Comunicação e Marketing e a CPL Propaganda.
Afastadas as titulares, o banco se viu diante da necessidade de voltar a anunciar, para não perder espaços no mercado, e chamou emergencialmente as outras empresas habilitadas. Elas assumiram suas tarefas temporariamente. Uma nova licitação, para contratação da prestadora de serviços para os próximos anos será lançada até o final do ano.
Antes disso, no entanto, é possível que o Banrisul faça outras contratações emergenciais, substituindo as agências atuais. Em correspondência enviada nesta quinta-feira ao Ministério Público de Contas, a diretoria do banco mostrou-se convicta da legalidade do que já fez e, ao mesmo tempo, disposta a elaborar contratos emergenciais para as próximas campanhas, antes da licitação, em moldes a serem ajustados com o órgão.
Fedrizzi destacou que a Escala, uma das maiores agências do Estado, já prestou serviços para governos de todas as tendências políticas, como Jair Soares (PP), Pedro Simon, Antônio Britto e Germano Rigotto (PMDB), Olívio Dutra (PT) e também Yeda Crusius (PSDB), na concorrência cujo resultado ainda está em vigor. "A agência está habilitada por licitação feita no governo anterior" reiterou, descaracterizando qualquer vínculo com sua participação na campanha de Tarso.
O Banrisul tem verba publicitária próxima de R$ 90 milhões por ano, mas nem toda ela é dirigida especificamente para campanhas. Parte é destinada a patrocínios de clubes de futebol, como o Grêmio e o Internacional, a eventos culturais e comunitários e a anúncios legais.